DA OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO: PRÁTICAS E INTERAÇÕES ENTRE MARISQUEIRAS NO AMBIENTE PESQUEIRO
DOI:
https://doi.org/10.19177/rgsa.v3e22014204-222Palavras-chave:
marisqueiras-ambiente pesqueiro-interação-gestão do territórioResumo
Fruto de reflexões de uma pesquisa de mestrado, este trabalho objetiva colocar em destaque a relação de marisqueiras com o ambiente pesqueiro e as interações sociais que elas vivenciam neste lugar. Para este fim, foi utilizada como técnica metodológica a observação participante. O aporte teórico são os estudos de Diegues (1983) e Cardoso (2003) sobre comunidades pesqueiras, a fenomenologia do corpo de Csordas (2008) e Meleau-Ponty (1971) e a teoria das representações sociais em Goffman (2009). Através da atividade laboral, que é a mariscagem, essas mulheres desenvolvem, entre elas, formas preservação e controle do território pesqueiro que são orientadas por acordos tácitos no ambiente de trabalho, potencialmente, influenciados pela presença da natureza. Dentre essas práticas, destacam-se a gestão provisória dos recantos de mariscagem e a alternância no uso dos costeiros. Diferente das sociedades industriais, em que a disputa pelo território acontece através da exploração furiosa dos recursos naturais, na maré, as marisqueiras, por conviverem em um ambiente, essencialmente, coletivo, aprendem práticas sustentáveis e colaborativas para lidar com a natureza, conviver com as companheiras de trabalho e administrar o tempo e a coleta do marisco. Através da construção e da assimilação deste saber, elas mantêm o ambiente preservado, partilham, equitativamente, o território e sobrevivem através da dependência e do respeito à natureza. Conclui-se, portanto, que essa dependência determina o modo sustentável de as marisqueiras administrarem o ambiente pesqueiro, bem como direciona a convivência entre as companheiras de trabalho.
Palavras-chaves: marisqueiras-ambiente pesqueiro-interação-gestão do território
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