A vida na obra: o filho eterno
Palavras-chave:
Cristovão Tezza, Ficção, Autobiografia, O filho eternoResumo
O objetivo deste artigo é levantar algumas questões relacionadas à escrita autobiográfica do autor Cristovão Tezza, em especial no livro O filho eterno, publicado em 2007, pela editora Record, que, comparado aos seus onze romances anteriores, poderia ser considerado o ponto mais alto de suas confissões. Procura-se mostrar que a vida de Cristovão Tezza funde-se às estratégias e aos recursos estéticos utilizados por ele para dissimular e/ou afastar-se do material verídico, insinuando certo distanciamento do conceito do gênero puramente biográfico. Neste contexto e diante da impossibilidade de delimitar os gêneros “romance” e “autobiografia”, a narrativa de Tezza parece definir-se como uma quase confissão pelos recursos típicos, convencionais da linguagem literária.