O que pode e deve ser dito sobre ciência no discurso da divulgação científica: nós precisamos da incerteza, é o único modo de continuar

Autores

  • Marci Fileti Martins

Palavras-chave:

Discurso da ciência, divulgação científica, produção, circulação do conhecimento

Resumo

Interessa-me analisar nos materiais de divulgação científica, certos enunciados como “incerteza”, “incompletude”, “imperfeição”, “provisório”, “não pode ser comprovado jamais”, “nada existe a não ser que observemos” e “nós precisamos da incerteza, é o único modo de continuar” que materializam certos sentidos sobre ciência. Sentidos estes aparentemente conflitantes com o funcionamento de um discurso da ciência concebido tanto “como uma atividade de triagem entre enunciados verdadeiros e enunciados falsos”, quanto como a produção de um sujeito da ciência que está “presente pela ausência” (PÊCHEUX, 1975: 97- 98). Interessa-me, portanto, como propõe Pêcheux (1983), alcançar a objetividade material contraditória do interdiscurso que determina o discurso de divulgação científica, na atualidade, buscando, de um lado, compreender as condições de produção históricas e ideológicas que tornam possíveis o surgimento desses enunciados e, consequentemente, desses sentidos sobre ciência e, de outro, interrogar sobre o papel da divulgação científica de modo como se dá a produção circulação do conhecimento numa sociedade como a nossa.

Biografia do Autor

  • Marci Fileti Martins
    Linguista, Prof.ª Drª. da Fundação Universidade Federal de Rondônia, Guajará-Mirim, RO, Brasil

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Publicado

2012-07-09

Edição

Seção

Artigos