A renovação do ensino do Direito pela literatura: Warat, Cronópios, Famas e a Democracia

Resumo

O ensaio analisa o inovador movimento de renovação do ensino do direito, promovido em meados da década de setenta do século passado a partir da literatura. O objeto são as apropriações do jurista latino-americano, Luís Alberto Warat, da obra de Júlio Cortázar - “Histórias de Cronópios e de Famas”. As contribuições de Cortázar, possibilitaram a Warat o desenvolvimento de muitos de seus conceitos, tais como as ideias de “senso comum teórico dos juristas” e a da democracia como espaço de confronto, bem como a de um direito cuja função primordial deva ser a de garantir, além dos direitos fundamentais, a própria existência dos conflitos. Nesse contexto, defender a democracia como processo, leva a constatação da necessidade da sua permanente recriação de modo a possibilitar o desencadeamento do seu potencial redutor da injustiça e com isso da própria violência.