A análise crítica de gêneros e a prática profissional: o caso do concurso público para professor em universidades brasileiras

Abstract

Várias abordagens têm sido utilizadas na análise da linguagem em situação de trabalho, dentre elas, a ergológica (LACOSTE, 1998; NOUROUDINE, 2002), a sociolinguística interacional (DREW; HERITAGE, 1992), e a de gêneros textuais (BAZERMAN; PARADIS, 1991). Neste artigo, me atendo a essa última abordagem, discuto os motivos e os métodos de análise dos gêneros profissionais. Procuro me centrar em especial no que, mais recentemente, se tem denominado análise crítica de gêneros (BHATIA, 2004, 2007, 2008; MOTTA-ROTH, 2008). Como parte da reflexão teórica empreendida, realizo também uma análise inicial dos gêneros envolvidos na prática social dos concursos públicos para docente em universidades brasileiras, tendo por base uma série de documentos coletados e também minha experiência nessa prática. Esses concursos, à medida que põem em cena um problema da relação entre linguagem e trabalho, se revelam um excelente exemplo para se demonstrar uma análise crítica de gêneros profissionais.