SAÚDE BUCAL DA POPULAÇÃO CARCERÁRIA: LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO

Authors

  • Mayra Rolla Siqueira
  • Maria Cristina Rolla Vilas Boas
  • Juli Ingrid Freitas de Abud
  • Rodolfo José Gomes de Araújo
  • Augusto Cesar Alcântara dos Reis

DOI:

https://doi.org/10.19177/jrd.v7e6201991-106

Keywords:

Saúde Pública. Saúde Bucal. Penitenciária

Abstract

A saúde bucal de pessoas privadas de liberdade tem se apresentado de forma precária como resultado da negligência anteriormente a prisão, bem como pelos escassos seviços odontológicos prestados quando no ambiente prisional. Objetivo: Avaliar a condição bucal de perivados de liberdade, em uma penitenciária do estado do Pará, analisando a experiência de cárie dentária e perda dentária, o uso e a necessidade de reabilitação protética e a utilização de serviços odontológicos. Método: Trata-se de uma pesquisa de campo, através de um estudo epidemiológico descritivo, de delineamento transversal e abordagem quantitativa. A amostra selecionada foi composta de 104 indivíduos. O instrumento de coleta de dados foi elaborado a partir do formulário utilizado na pesquisa nacional de saúde bucal-SB Brasil 2010, com adaptação para aplicação em
população carcerária. Resultados: Analisando-se as características sociodemográficas e condenatórias, observou-se que na faixa etária compreendida entre 18 a 34 anos, 75,96% dos detentos encontram-se com o grau de escolaridade até o Ensino Fundamental. Com relação ao tempo de prisão, 50,0% encontram-se reclusos há
mais de três anos. Quanto à utilização de serviços odontológicos, 75,0% não foram atendidos no próprio sistema prisional, 10,0% nunca foram ao dentista e 100% dos detentos nunca receberam orientação de saúde bucal. Referente ao motivo da consulta, 66,4% ocorreram com exodontia. Com relação ao uso de prótese, 92,31% não utilizam, embora 90,31%, ou seja, a grande maioria necessite. Ao que concerne à experiência de cárie por faixa etária resultou: 18 a 34 anos (CPO-D 4,04); 35 a 44 anos (CPO-D 7,58) e 45 ou mais (CPO-D 14,25), verificando-se que o componente perdido foi a mais prevalente em todas as faixas. O CPO-D total foi de 5,25. Conclusão: Apesar de diversos estudos comprovarem um declínio considerável na prevalência de cárie dentária e perdas de dentes na maioria da população brasileira, o estudo mostrou que a saúde bucal dos indivíduos privados de liberdade é de grande preocupação, principalmente se considerarmos o aumento do número dessa população nos últimos anos.

Published

2020-04-20

Issue

Section

Articles