Política da crise educacional: causa ou efeito da racionalidade autoritária e plutocrática mundial?

Autores

  • Sandro Luiz Bazzanella Universidade do Contestado
  • Camila Leonardo Nandi Albuquerque Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC)
  • Luiz Eduardo Cani Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.19177/rcc.v14e22019161-181

Palavras-chave:

Educação, Pensamento, Universidade, Subjetivação, Plutocracia, Exceção

Resumo

O presente artigo tem como objetivo promover o debate em torno das estratégias plutocráticas de mercantilização de um dos bens públicos fundamentais para a constituição autônoma de cidadãos e de culturas, povos e países, a educação. Mas, a lógica de precarização da educação, senão da mercantilização da educação, características de governos despóticos, autoritários a serviço da plutocracia financeirizada global implica na estratégia de aniquilação da potência do pensamento constitutiva de singularidades comprometidas com os direitos humanos, com a dignidade da vida em sua totalidade e, sobretudo com a defesa do espaço público, do bem comum, condições primordiais na conformação de sociedades e, de um mundo suficientemente humano e responsável com as futuras gerações. O artigo sugere que é condição intransferível num contexto de acumulação do capital financeiro, controlado pela plutocracia nacional e global, promotor da crise como técnica determinante das formas de governo, sob a prerrogativa de um estado de direito, operacionalizado pelo permanente estado de exceção, manter atuante a potência do pensamento que historicamente encontrou acolhida e se desenvolveu no seio das universidades. Sobretudo nas circunstâncias da sociedade brasileira constituída sob o ethos da escravidão, as universidades públicas constituem-se como lócus par excellence de constituição de reflexões, análises e questionamentos que viabilizem nos tomarmos como objeto, compreendendo os limites, mas sobretudo as potencialidades civilizatórias a nossa disposição.

Biografia do Autor

  • Sandro Luiz Bazzanella, Universidade do Contestado
    Possui graduação em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Dom Bosco (1989). Mestrado em Educação e Cultura pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2003) e, doutorado em Interdisciplinar em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina (2010). Atualmente é professor titular de filosofia da Universidade do Contestado na graduação no Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional. Tem experiência na área de filosofia política conemporânea dialogando com autores como Nietzsche e Agamben e, atuando nas seguintes áreas temáticas: História da filosofia, filosofia da história, filosofia política e ética, técnica, Estado e biopolítica. Foi coordenador do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado no biênio 2014/2015 e é Editor-Chefe da Revista Profanações.
  • Camila Leonardo Nandi Albuquerque, Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC)
    Mestre em Desenvolvimento Regional (UNC), Mestranda em Direito no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) - Taxista PROSUC/CAPES, Bacharel em Direito (UNISUL). E-mail: [email protected]
  • Luiz Eduardo Cani, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
    Graduado em Direito pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (2013), especialista em Direito Penal e Criminologia pelo Instituto de Criminologia e Política Criminal (2015), mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade do Contestado (2019) e doutorando em Ciências Criminais na Escola de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2019-2022), bolsista da CAPES. Advogado e Professor.

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Publicado

2019-12-10

Edição

Seção

Dossiê: Política da crise: as universidades e a crise do pensamento