O PERCURSO DO CONCEITO DE PAISAGEM: DAS ANÁLISES MORFOLÓGICAS A NOVA GEOGRAFIA CULTURAL, DA ÊNFASE AO MEIO RURAL A IMPORTÂNCIA DAS ETNOMETODOLOGIAS
Resumo
Em um primeiro momento a análise científica da paisagem vai ganhar destaque com os estudos de Paul Vidal de La Blache, pertencente à escola francesa, o qual vai privilegiar o conceito de região e paisagem, esta analisada através da descrição dos gêneros de vida. No início do século XX com os estudos de Carl Ortwin Sauer, expoente da escola anglo-saxônica, a prática descritiva da paisagem é substituída por uma que é interpretativa, na busca por compreender as maneiras como as pessoas deixavam sua marca na paisagem, analisando suas atividades produtivas e seus assentamentos. A partir da década de 1970 a análise da paisagem é revigorada pelo surgimento da Nova Geografia Cultural, passando a analisar o imaginário, ou seja, o não-material, englobando temas como percepção, representação, experiência, geossímbolos, contudo, sem negligenciar seu aspecto material. A análise da paisagem cultural ganha forças com incremento do aporte das etnometodologias, que vão proporcionar inteligibilidade acerca das percepções e representações dos grupos humanos em relação à paisagem que se inserem, permitindo compreender como as pessoas pensam e agem sobre a paisagem que os permeia e os acolhe, e que é percebida, praticada e vivenciada. O presente texto objetivou mostrar estas várias conotações do conceito de paisagem, que foram surgindo ao longo do tempo, buscando ressaltar a importância do estudo da paisagem cultural no meio rural, e como as etnometodologias podem colaborar para tal análise.