Cognição e relevância: uma análise pragmática da loucura quijotesca

Autores/as

  • Sebastião Lourenço dos Santos UEPG
  • Letícia dos Santos Caminha UEPG

DOI:

https://doi.org/10.19177/memorare.v7e22020133-150

Palabras clave:

Pragmática Cognitiva, Relevância, Don Quijote de la Mancha

Resumen

Analisamos o comportamento patológico do personagem cervantino, Don Quijote, a partir da perspectiva da Teoria da Relevância (SPERBER; WILSON, 2001). Abordamos a loucura quijotesca como consequência de um enviesamento cognitivo decorrente da relação “custo-benefício” sob a qual trabalha a mente humana na interpretação do significado de novas informações. A análise parte das situações comunicativas narradas nos capítulos IV, VIII, XVIII, XXI e XXII da primeira parte do romance El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha, cujo protagonista desenvolve uma patologia mental após a intensa e contínua leitura de novelas de cavalaria, a mudança de sua conduta é evidenciada na restrição dos contextos aos quais ele recorre para interpretar o significado das informações que processa em suas interações. Assim sendo, os delírios de Don Quijote apresentam-se como disfunções pragmáticas, que podem ser explicadas pelo Princípio de Relevância que orienta a mente humana a processar apenas as informações mais relevantes.

Publicado

2020-09-08