Quem é Lina? O apagamento da violência contra a mulher negra como denúncia social em sinfonia em branco de Adriana Lisboa

Autores

  • Antonio Rediver Guizzo Universidade Federal da Integração Latino-Americana - UNILA
  • Milena Karoline de Moura Melo Universidade Federal da Integração LatinoAmericana - UNILA
  • Marcela da Fonseca Ferreira Universidade Federal da Integração LatinoAmericana - UNILA

DOI:

https://doi.org/10.19177/memorare.v7e12020223-238

Palavras-chave:

Literatura Latino-Americana, Violência de Gênero, Figurações da Violência

Resumo

A obra Sinfonia em branco (2001) da escritora Adriana Lisboa foi reconhecida internacionalmente quando, em 2003, venceu o Prêmio José Saramago. A obra narra a vida das irmãs Clarice e Maria Inês, as quais nasceram em uma fazenda na pequena cidade de Jabuticabais, localizada no interior do Rio de Janeiro, a história se passa entre as décadas de 1960 e 1970. Com uma linguagem marcada por tons líricos e profunda sensibilidade, a narrativa descreve a trajetória das irmãs desde a infância até a vida adulta, e o eixo central desta trajetória é a violência sexual sofrida por uma das irmãs e os traumas decorrentes. Neste artigo, entretanto, objetivamos analisar as configurações estéticas da violência que perpassam a vida de uma personagem quase desapercebida no romance: Lina; e demonstrar como o apagamento da personagem atua como estrutura interna da obra que denuncia a interseccionalidade entre raça, gênero e classe na violência contra a mulher. Os aportes teóricos que orientaram a pesquisa foram Violência (2014) de Slavoj Žižek, A Dominação Masculina ([1998]-2015) de Pierre Bordieu, Sobre a Violência (2017) da Marilena Chaui entre outros.

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Publicado

01-05-2020