Ñaeú Petynguá – que treco é esse?

Autores

  • Marlon Borges Pestana Universidade Federal do Rio Grande – FURG
  • Luiz Henrique de Carvalho da Silva Universidade Federal do Rio Grande – FURG

DOI:

https://doi.org/10.19177/memorare.v5e3201815-25

Palavras-chave:

Mbyá-Guarani, petynguá, objetificação, resistência

Resumo

O presente artigo tem como objetivo estudar o objeto ritualístico ñaeú petynguá, o tradicional e sagrado cachimbo de barro, usado e produzido pelos índios da aldeia MbyáGuarani localizada em Domingos Petroline/RS (FEPAGRO). De acordo com Daniel Miller no seu livro Trecos, Troços e Coisas (2013), a cultura material passa pelo processo de criação do sujeito no objeto e do objeto no sujeito, o qual o autor chama de objetificação. Este artigo tem como objetivo mostrar como as coisas e as pessoas interagem, como relações são construídas até o ponto de se confundirem como uma coisa só, como no exemplo desse artigo, será possível perceber como o petynguá estabelece autoafirmação, relações de poder e resistência. Portanto, este trabalho busca compreender o petynguá além da sua faceta funcional e ritualística, mas em como um grupo utiliza este artefato como forma de resistência em uma recente ocupação indígena na luta pela demarcação. Esse grupo indígena está resgatando essa técnica tão antiga de confecção e está divulgando entre os juruás esse símbolo sagrado. Sendo assim, é de suma importância realizar um estudo acerca dessa nova forma de produção, pois este objeto “não é uma coisa neutra, mas uma entidade culturalmente construída doada com significados culturalmente específicos, classificados e reclassificados em categorias culturalmente construídas.

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Publicado

18-12-2018