Percepções de vida e de morte na prática dos benzimentos: alteridade, significados e imaginários das relações de cura

Autores

  • Juliani Borchard da Silva Universidade Federal de Pelotas UFPEL
  • Ronaldo Bernardino Colvero Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio cultural - UFPEL

DOI:

https://doi.org/10.19177/memorare.v4e32017232-252

Palavras-chave:

Benzimentos, Imaginários, Oralidade

Resumo

Os benzimentos possuem distintas significações diante dos grupos sociais onde estão inseridos, em especial para aqueles que os praticam lhe atribuindo significados. Estes, por exemplo, vão além de uma simples tentativa de cura física, pois de forma cultural produzem elementos que são compartilhados e apropriados em vários campos, sendo os sentidos atribuídos à cura e conseqüentemente suas percepções à vida e morte elementos cotidianos e mercantes no ofício do benzedor. Através da oralidade, tais ideias são compartilhadas no grupo social do qual estes sujeitos fazem parte, sendo esta, uma das maneiras pelas quais ocorre a legitimação e a difusão da prática do benzedor, que nas narrativas se constitui como indivíduo portador de uma identidade peculiar perante a comunidade que o acolhe, bem como, o reconhece como referência de poder diante da cura, da vida e da morte, haja vista que neles depositam confiança e fé, constituindo e fortalecendo as relações e significados destes sujeitos num contexto transmitido e recriado permanentemente na cultura e na memória. As narrativas produzidas por estes agentes foram essenciais no estudo e entendimento desta prática, sendo o único subsídio para sua análise e compreensão nos dias atuais.

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Publicado

21-11-2017