A im(p)unidade parlamentar: ditadura e memória

Autores

  • Andréia da Silva Daltoé Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul
  • Juliene da Silva Marques Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul

DOI:

https://doi.org/10.19177/memorare.v4e3201761-77

Palavras-chave:

Discurso, Acontecimento, Virtude, Moral

Resumo

O presente artigo procura analisar as reverberações do voto do Deputado Bolsonaro ao justificar seu sim em favor da abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff, em 17 de abril de 2016. Das demais justificativas, que dedicaram o voto a Deus, à família e à propriedade, em sua maioria, a do Deputado vai chamar a atenção por ter sido realizada em nome do Capitão Brilhante Ustra, militar acusado de crimes praticados no interior dos aparelhos de Estado durante a ditadura no Brasil. Discutiremos, então, a partir da noção de acontecimento discursivo moral em Paveau (2015), o modo como um mesmo dizer pode ser trabalhado em direções de sentido tão diversas, procurando dar conta de um ajuste à sociedade em que se insere: para muitos, a homenagem se deu em meio a aplausos; para outros, constituiu-se um crime por apologia à tortura. Nesse duplo funcionamento dos sentidos, pretendemos observar as relações de força travadas na língua, que podem nos ajudar a compreender um pouco da história da ditadura em nosso País.

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Publicado

21-11-2017