Patrimônio cultural, Teoria decolonial, Pesquisa-ação participativa.
Resumo
O campo patrimonial é flanqueado por incessante disputa política e contribuições das mais diversas áreas de conhecimento. As últimas décadas testemunharam a ampliação da noção de patrimônio cultural, tendo por base, por um lado, uma definição de cultura como modos de vida e representações de mundo e, por outro lado, o princípio do relativismo cultural de respeito às diferentes formas culturais, aos valores e referências de cada grupo, que devem ser compreendidos a partir de seus contextos. Neste trabalho, buscamos lançar um olhar crítico às práticas eurocêntricas e masculinas no processo de patrimonialização, explorando propostas e possibilidades a partir de metodologias participativas que incluam a perspectiva dos grupos subalternizados, inspirados pelas iniciativas de co-labor, de pesquisa-ação participativa e pesquisa descolonizada militante levadas a cabo por Chandra Mohanty, Mercedes Domínguez e Leyva Solano Xóchitl. Como exemplo, analisamos brevemente a implantação do INRC da viola de cocho a partir dessa perspectiva.