Uma narrativa contra o esquecimento: a história da Guerrilha do Araguaia (1972-1975) em Azul-corvo, de Adriana Lisboa
DOI:
https://doi.org/10.19177/memorare.v1e22014142-156Palavras-chave:
Literatura & História, Memória, Guerrilha do Araguaia, Adriana Lisboa.Resumo
O presente artigo visa discutir a relação entre história e literatura a partir do conceito de memória. Num primeiro momento são abordadas, a partir da discussão de Paul Ricoeur as noções de memória individual e memória coletiva, e a manipulação da memória pela ideologia do poder e sua relação com a identidade. A seguir, procura-se estabelecer convergências entre o que é dito sobre a Guerrilha do Araguaia em Azul-corvo (2010), romance de Adriana Lisboa, e a história contada recentemente pelos sobreviventes da guerrilha, reunidas no livro Operação Araguaia (2005), de Taís Morais e Eumano Silva. Nessa relação, a literatura compõe o conjunto de trabalhos contra o esquecimento dessa história de repressão violenta durante o período da ditadura no Brasil.