A essência dos principados: Maquiavel e a sátira contra a tirania

Autores

  • Mateus Salvadori

DOI:

https://doi.org/10.19177/memorare.v1e2201499-117

Palavras-chave:

Maquiavel, Realismo político, sátira, Tirania, Moral.

Resumo

Maquiavel é o primeiro pensador a relatar amplamente o que é a atividade política, afastando-se de antigas tradições que debatiam o que a política deveria ser. Em suas reflexões, o filósofo florentino utiliza um exame essencialmente empírico. O fato é que o autor de O Príncipe tornou-se, através dos tempos, uma figura legendária, porém, acusado de demoníaco, inescrupuloso, astuto e dissimulador. É o que Spinoza e Rousseau tratam de negar. Para ambos, Maquiavel, na verdade, procurou alertar o povo sobre as crueldades dos tiranos de seu tempo. Os seus escritos políticos constituem uma espécie de advertência para aqueles que acreditavam no direito da força sobre a força do direito. Assim como se diverte por meio de suas sátiras na peça teatral A mandrágora, Maquiavel utiliza toda a sua criatividade para pôr em xeque a pretensa legitimidade dos principados leigos e eclesiásticos. E essa é a tese que o presente artigo busca defender, a saber, que Maquiavel, com a obra O Príncipe, não foi um defensor do absolutismo monárquico, mas sim um sátiro contra a tirania.

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Publicado

20-04-2014

Edição

Seção

Artigos