Possibilidades discursivas do e – um conector coringa

Autores

  • Rosane Santos Mauro Monnerat

Palavras-chave:

Conjunção, Conexão interfrástica, Valores polissêmicos, Comportamento sintático-semântico

Resumo

Este trabalho focaliza o mecanismo de conexão interfrástica da conjunção por meio do comportamento sintático-semântico do conector e, procurando identificar os diversos matizes sintático-semânticos de que se reveste este coordenador de emprego e sentidos amplos (CHARAUDEAU,1992; NEVES, 2000; QUIRK, 1985). Assim, apresentam-se relações de sentido não uniformes entre os elementos conjuntos em virtude de implicações pragmáticas: a partir de seu valor primário aditivo (que se traduz pela fórmula A e B), alarga-se a área significativa da partícula e, sendo o valor temporal o primeiro, no campo da associação de idéias e da irradiação do contexto, a ampliar-lhe o sentido, já que quando se trata de enumeração pura e simples de seres, nenhuma adição se processa concretamente sem estar subordinada à idéia de tempo, que implica forçosamente a de sucessividade e, daí, a de acúmulo, passando, antes, pela de concomitância. Por outro lado, o termo adicionado pode vir a contradizer, a corrigir aquele que o precede, o que acarreta a idéia de oposição – contraste, adversidade e concessão. O estudo trabalha ainda com os conceitos de simetricalidade/assimetricalidade do “e” e com o funcionamento da conjunção nos domínios do conteúdo, epistêmico e dos atos de fala (SWEETSER, 1992), concluindo ser este conector neutro, de baixa especificidade, ou seja, frouxo argumentativamente, o que assegura a sua permeabilidade.

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Publicado

2010-09-27

Edição

Seção

Retrospectiva