NO ENXAME: PERSPECTIVAS DO DIGITAL
DOI:
https://doi.org/10.19177/rcc.v16e12021%25pPalavras-chave:
Enxame, Perspectivas do Digital, AutoexploraçãoResumo
A obra resenhada No Enxame convida à discussão sobre a ascensão da mídia digital e a incapacidade de elaboração humana dos instrumentos culturais, que torna o espaço público um exame, sem ação reflexiva e sem filtro no embate compreensivo do mundo digital. A originalidade desse livro está em mostrar a perspectiva de que vivemos num mundo digital de comunicação compulsiva do enxame, que torna os sujeitos incapazes de raciocínio, ação crítica e afeto, repercutindo na perda do respeito pelo outro, momento em que entra em jogo a dispersão e desintegração generalizada. O autor identifica na lógica da embriagues perceptiva, cegueira e estupidez coletiva, as características do desrespeito na forma de vida do enxame. O projeto de libertação da coação disciplinar da era industrial se desdobra nas algemas do melhor desempenho, na otimização e autoexploração de si e do outro.A obra dá visibilidade para reflexões sobre o digital, escancarando as relações de poder e traços totalitários de comportamentos sociais, atrelados ao inconsciente-digital de controle psicopolítico da comunicação. A dependência digital gera síndromes da hiperaceleração do trabalho profissional como a depressão, ansiedade, irritabilidade, dispersão, baixa autoestima e fadiga causada por um excesso de informação. Além disso, Han (2018) identifica que há uma crise das capacidades analíticas de atenção ou de incapacidade de assumir responsabilidades. Tais dissonâncias cognitivas e emocionais são comuns quando tomadas por visões simplificadoras dos processos pedagógicos, de aceleração sem limites do ensino, passando a esvaziar o sentido das relações humanas e das experiências dialógicas com a tradição cultural. Ao pensar a cultura administrada pelo melhor desempenho, o autor desvela os mecanismos intrínsecos ao agir socioeducacional na cultura digital.
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