Poética da República de Curitiba, “laranja azeda”, “sabugo estéril”, “vergonha eterna”: Dalton Trevisan Meia-Oito

Autores

  • Jorge H. Wolff

DOI:

https://doi.org/10.19177/rcc.v13e1201847-57

Palavras-chave:

Dalton Trevisan, Curitiba, Luís Inácio Lula da Silva, Literatura, Política.

Resumo

A partir da expressão “República de Curitiba”, forjada por Luís Inácio Lula da Silva, preso desde abril na cidade e personagem deste ensaio, propõe-se uma reflexão em torno da relação literatura-política com base na obra do escritor Dalton Trevisan, que em 1968 publicou dois livros em um (Desastres do amor e Mistérios de Curitiba) pela editora Civilização Brasileira de Ênio Silveira. Tomando como principal objeto o texto em tom bíblico profano dedicado à destruição da cidade que abre o segundo livro, “Lamentações de Curitiba”, postula-se uma relação entre as espadas desembainhadas nas “Lamentações” e durante as passeatas do movimento estudantil há cinquenta anos no Rio de Janeiro, com forte adesão da classe intelectual, que provocariam o endurecimento do regime militar instalado no poder desde 1964. Os relatos de Dalton Trevisan são vistos da perspectiva das escrituras do desastre segundo Blanchot e da poesia como vida-morte segundo Bataille, juntamente com a fusão de prosa e poesia que se pode ler em Waldman e Agamben.

Biografia do Autor

  • Jorge H. Wolff
    Professor adjunto de Literatura Brasileira da Universidade Federal de Santa Catarina.

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Publicado

2018-06-29

Edição

Seção

Dossiê: “1968. Uma anamnese” - Organização: Artur de Vargas Giorgi (UNISUL)