O Novo Espírito do Anticapitalismo

Autores

  • Moysés Pinto Neto Universidade Luterana do Brasil

DOI:

https://doi.org/10.19177/rcc.v13e1201859-69

Palavras-chave:

1968, Marcuse, Boltanski e Chiapello, Anticapitalismo, Capitalismo

Resumo

É conhecida a interpretação de Luc Boltanski e Ève Chiapello de que os acontecimentos de 1968 teriam desencadeado uma renovação do “espírito do capitalismo”. Assim, se o primeiro espírito, descrito por Max Weber, era do puritano ascético inspirado na ética do trabalho, a “busca por autenticidade” dos jovens de 68 teria desencadeado o novo espírito conexionista e flexível. Porém, ao mesmo tempo em que se criava o primeiro espírito do capitalismo, igualmente um espírito do anticapitalismo se gestava nos sindicatos, intelectuais socialistas e movimentos comunistas e anarquistas. Esse espírito foi igualmente renovado pelos jovens de 68 a partir da crítica à “sociedade industrial”, comum ao projeto unidimensional tanto no mundo capitalista quanto na experiência do “socialismo real” vigente. Assim, se é verdade que 68 desaguou numa renovação do espírito do capitalismo, podemos dizer que igualmente renova o espírito do anticapitalismo, cujos experimentos vivem na radicalidade das críticas feminista, antirracista, decolonial e ecológica do capitalismo hoje em dia.

Biografia do Autor

  • Moysés Pinto Neto, Universidade Luterana do Brasil
    Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Luterana do Brasil. Doutor em Filosofia (PUCRS).

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Publicado

2018-06-29

Edição

Seção

Dossiê: “1968. Uma anamnese” - Organização: Artur de Vargas Giorgi (UNISUL)