Ecos do narrador benjaminiano no filme O Labirinto do Fauno: uma (re)significação da morte pela fidelidade ao Événement

Autores

  • Giuliano Hartmann
  • Marisa Corrêa Silva

DOI:

https://doi.org/10.19177/rcc.v8e22013201-217

Palavras-chave:

O narrador, Cinema, Morte, Contemporâneo, Walter Benjamin

Resumo

O narrador benjaminiano é a presença condenada ao esvaziamento que faz parte de uma tradição já problematizada; é o eco que, ao longo dos tempos, instilou valores e regulou conceitos de vida. O contemporâneo apresenta-o em constante exílio, corrompida sua sabedoria: viver é banal e morrer já não produz nem faz sentido. Nesse contexto, literatura e cinema transformam a oposição de vida e de morte em um dístico opaco e relativizado: viver é o agora e a morte torna-se um signo plano, um simulacro. O presente trabalho objetiva refletir acerca da questão da representação da morte pela perspectiva do narrador em O Labirinto do Fauno (2006), voz onisciente que apresenta Ofélia, imersa em um universo de opressão e sombra, personagem que tem sua perene existência (re)simbolizada no momento em que viver não significa nada e morrer resgata valores, transformando-se em imortalidade no sentido preconizado por Alain Badiou, de fidelidade ao Acontecimento (événement).

Biografia do Autor

  • Giuliano Hartmann
    Mestre em Estudos Literários (UEM). Doutorando pela Universidade Estadual de Maringá – UEM.
  • Marisa Corrêa Silva
    Pós-doutora pela Rutgers State University of New Jersey (USA). Doutora em Letras pela Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho. Professora associada no Departamento de Letras da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

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Publicado

2013-12-01

Edição

Seção

Dossiê: Cinemas Mundiais