Terapia Comunitária Integrativa on-line no enfrentamento à COVID-19

perfil e mudanças na vida de participantes

Autores/as

  • J. F. Uhry Município de Piraquara – PR, Universidade Federal do Paraná (PR)
  • F. D. Colatusso Município de Joinville – SC, Universidade Federal do Paraná (PR)
  • M. L. A. Reis Instituto CAIFCOM
  • G. D. Pecharki Universidade Federal do Paraná (PR)
  • S. R. Giolo Universidade Federal do Paraná (PR)
  • M. Z. Silva Universidade Federal do Paraná (PR), Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR)

Palabras clave:

Pandemias, Saúde Mental, Terapias Complementares

Resumen

INTRODUÇÃO: a Terapia Comunitária Integrativa (TCI), é uma Prática Integrativa e Complementar criada pelo psiquiatra Adalberto de Paula Barreto há mais de 30 anos. Consiste em atividade grupal, de cuidado em saúde mental, concebida na modalidade presencial. Durante o período da pandemia COVID-19, com o isolamento social necessário, essa prática necessitou adaptação, sendo organizada na modalidade on-line pela Associação Brasileira de Terapia Comunitária Integrativa (ABRATECOM), como estratégia de enfrentamento do momento de isolamento, das angústias e da perda de amigos e familiares. O objetivo foi avaliar o perfil epidemiológico dos participantes das rodas de TCI on-line e as mudanças relativas ao período da pandemia. METODOLOGIA: estudo descritivo, observacional, transversal, aprovado em comitê de ética (CAAE 36850620.4.0000.0105). Foram acompanhadas 24 rodas de TCI on-line,realizadas durante o período de setembro a novembro de 2020, pelo criador da metodologia e outros terapeutas comunitários. Na abertura da sala virtual, via plataforma Zoom, os participantes eram convidados a responder o formulário do Google Forms, com questões sobre gênero, grupo étnico, idade, escolaridade, país e estado onde mora, atividade profissional, ocupação no período da pandemia, se conhece ou perdeu algum familiar/amigo durante pandemia, número de rodas que já participou e se tem formação em TCI. RESULTADOS E DISCUSSÃO: 168 formulários foram respondidos, sendo o perfil predominante: sexo feminino (91,1% - 153), branco (60,7% - 102), faixa etária entre 30 a 59 anos (63% - 106), com ensino superior completo (79,2% - 133). A amostra predominante residia no Brasil (94,6% - 159), nas regiões Sudeste (48,8% - 82) e Nordeste (31,5% - 53). Com relação à ocupação durante o período da pandemia, 47% (79) estavam trabalhando na modalidade home-office. Foram 98 pessoas (58,3%) que conheciam ou perderam algum familiar/amigo devido COVID-19. A maioria dos participantes já entraram em 11 ou mais rodas (53% - 89), sendo que 74 participantes (44%) estavam em formação ou já eram terapeutas comunitários. Ao conhecer o perfil dos participantes, os dados sugerem que uma maior escolaridade pode favorecer a participação, possivelmente por ter maior acesso às redes sociais e tecnologias. Outro ponto relevante é o predomínio nas regiões onde se iniciou a TCI (Nordeste) e onde há grande atividade dos pólos de TCI (Sudeste). Percebe-se que também há uma tendência à regularidade de participação ao invés de apenas uma participação pontual em roda de TCI. Grande parcela da amostra teve sua rotina e funcionalidade alterada em decorrência da pandemia, bem como contato com familiares ou amigos contaminados ou que
faleceram em decorrência da infecção. CONCLUSÕES: Por meio do conhecimento do perfil dos participantes, é possível elaborar estratégias para aumentar a vinculação desses participantes e também pensar em alternativas para facilitar o acesso às pessoas com menor escolaridade ou dificuldade de acesso às plataformas online. É essencial a divulgação das rodas on-line para
outras regiões do país, de forma a ampliar o acesso à prática, que pode auxiliar no cuidado às pessoas em isolamento domiciliar, com angústias e incertezas, fragilizadas por perdas de amigos e familiares.

Publicado

2022-12-07