PICS na pandemia

percepção de idosos acompanhados em uma Clínica da Família

Authors

  • L. S. Nascimento Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP), UNIRIO
  • A. S. Cordeiro Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP), UNIRIO
  • C. G. Oliveira Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP), UNIRIO
  • S. P. Araujo Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP), UNIRIO
  • T. J. Dourado Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP), UNIRIO
  • A. T. Nunciaroni Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP), UNIRIO

Keywords:

Terapias Complementares, Enfermagem, Pandemias, Coronavírus

Abstract

INTRODUÇÃO: A pandemia da COVID-19 tem comprometido muitas atividades de promoção à saúde na Atenção Primária, sobretudo junto à população idosa. Devido ao contexto atual e à busca para potencializar o envelhecimento ativo e autônomo, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) emergem como modelo de cuidado. As PICS potencializam o rompimento da visão fragmentada e unicausal do processo saúde-doença-cuidado. Sua atuação caracteriza-se pelos saberes e práticas  tradicionais, populares e não farmacológicas, que consideram a totalidade do sujeito e contribuem individual e coletivamente para melhoria dos indicadores de saúde. Os objetivos desse estudo são: avaliar o conhecimento e a proximidade da população idosa com as PICS; investigar a realização das PICS; compreender o impacto dessas práticas durante a pandemia. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo em andamento, transversal, quantitativo e descritivo. Participaram idosos com 60 anos ou mais, homens e mulheres, residentes nas áreas de abrangência de uma Clínica da Família da Zona Norte do município do Rio de Janeiro. Os dados são coletados via questionário próprio, composto pelos domínios: caracterização sociodemográfica; sobre sua saúde; sobre as PICS. A coleta de dados ocorre de forma online e presencial. A pesquisa engloba as 29 PICS relatadas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e foi aprovada pelo CEP UNIRIO (4.229.215) e CEP da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (4.800.940). As análises parciais foram realizadas pelo Software RStudio. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Participaram 31 idosos, com média de idade de 73,8 anos, variando de 60 a 92 anos, sendo 77,4% do sexo feminino, 38,7% com ensino fundamental incompleto, 80,6% aposentados(as), 61,2% hipertensos(as), 51,6% usam algum medicamento para dormir e 96,6% possuem renda mensal de até 3 salários mínimos. Com relação à pandemia de COVID-19, 74,2% estão em distanciamento social. No âmbito das PICS: 71% conhecem, sendo as mais relatadas Yoga (45,1%), Medicina Tradicional Chinesa (MTC - 35,4%) e Homeopatia (32,25%); 32,25% já realizaram alguma prática, sendo a MTC a mais realizada pelos participantes (12,9%). Dentre os benefícios ofertados pelas PICS, os principais foram relacionados a sentir-se bem e a ter mais disposição e/ou ânimo. Por fim, 41,9% recebem o apoio de seus familiares para a realização das PICS, 77,4% recomendariam alguma prática, 58% não sabiam que o SUS oferta essas práticas e 9,6% desejam conhecer a MTC. CONCLUSÕES: Pode-se observar, de forma preliminar, que os idosos conhecem as PICS mas não sabem que o SUS as oferece, e que sua realização promove bem-estar e saúde. E, portanto, que essas práticas podem auxiliar no combate frente a pandemia da COVID-19, além de romper com o modelo de cuidado centrado apenas no tratamento de doenças. 

Published

2022-12-07