PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO AMEAÇAM O TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA E A SUSTENTABILIDADE DE COMUNIDADES TRADICIONAIS

Autores

  • Caio Tancredi Zmyslowski Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo
  • Alexander Turra Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo
  • Marcos Buhrer Campolim Instituto Florestal do Estado de São Paulo
  • Luciana Yokoyama Xavier Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.19177/rgsa.v10e32021293-316

Palavras-chave:

Parques, Povos tradicionais, Preservação ambiental, Uso público, Concessão.

Resumo

A implementação de políticas ambientais conservacionistas afronta o modo de vida de comunidades tradicionais que habitam em unidades de conservação (UC). Uma alternativa sustentável de sobrevivência para essas comunidades tem sido o Turismo de Base Comunitária (TBC), que integra atividades turísticas de valorização da cultura local com a preservação ambiental. No Brasil, mudanças na gestão do uso público em UCs tendem a favorecer grandes grupos privados externos ao território, como no caso das parcerias público-privadas e da Lei nº 16.260/2016 do Estado de São Paulo (lei das concessões). Nesse contexto, este trabalho busca promover uma reflexão quanto às implicações de tal modelo de gestão às UCs com comunidades tradicionais envolvidas com o TBC. Por meio de observação direta e entrevista a agentes de TBC, a pesquisa objetivou, caracterizar o TBC realizado no Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PEIC), discutir sua importância cultural e socioeconômica e levantar a percepção das comunidades do PEIC sobre a lei das concessões. Identificamos que o TBC no PEIC envolve atividades de cunho tradicional e beneficia diretamente as famílias residentes na UC, confirmando-se como uma alternativa sustentável de importância socioeconômica e cultural. Segundo a percepção dos comunitários, abrir as atividades de uso público do PEIC à inciativa privada sem envolver as comunidades neste processo poderá se sobrepor às atividades e serviços prestados pelo TBC e gerar impactos negativos dificultando a própria sobrevivência das comunidades na UC.

Biografia do Autor

  • Caio Tancredi Zmyslowski, Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo
    Oceanógrafo formado pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP), atualmente fazendo mestrado no Departamento de Oceanografia Biológica no IOUSP com o tema de Áreas Marinha Protegidas
  • Alexander Turra, Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo
    Professor doutor titular do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP) atuando nas áreas de Ecologia Marinha e Gerenciamento Costeiro, nos seguintes temas: Manejo integrado e conservação marinha; Impacto ambiental marinho; Mudanças climáticas; Lixo nos mares e Ecologia de populações e comunidades marinhas.
  • Marcos Buhrer Campolim, Instituto Florestal do Estado de São Paulo
    Pesquisador Científico no Instituto Florestal- SMA- SP. Atuação na área de pesquisa e gestão de Unidades de Conservação, especialmente quanto ao monitoramento e ordenamento de visitação pública e manejo de recursos naturais. 
  • Luciana Yokoyama Xavier, Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo
    Pós-doutoranda junto ao Laboratório de Manejo, Ecologia e Conservação Marinha do Instituto Oceanográfico, atuando com temas relacionados à gestão costeira, gestão de praias, gestão de áreas marinhas protegidas, participação social, governança ambiental, aprendizagem social e integração ciência-gestão.

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Publicado

2021-09-24

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO AMEAÇAM O TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA E A SUSTENTABILIDADE DE COMUNIDADES TRADICIONAIS. (2021). Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, 10(3), 293-316. https://doi.org/10.19177/rgsa.v10e32021293-316

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