AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DE ÁGUAS COM FÁRMACOS ONCOLÓGICOS EM MUNICÍPIOS DA REGIÃO SUL DO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.19177/rgsa.v7e12018275-299Palavras-chave:
Fármacos oncológicos. Saneamento. Saúde. Ambiente.Resumo
Os rios e lagos recebem despejos poluentes, nem sempre diluídos ou degradados. A deterioração da qualidade da água e sua escassez em grandes centros urbanos resultam da alta densidade populacional, da ocupação irregular do solo, do uso indiscriminado e do despejo de contaminantes. As investigações sobre a ocorrência de substâncias químicas no meio ambiente iniciaram com foco nos metais pesados e, recentemente, nos fármacos. Estas substâncias são inseridas no ambiente após sua excreção pelos pacientes podendo persistir no meio após tratamento. No Brasil, o problema é agravado porque a maioria dos serviços de saúde não realiza tratamento prévio em seus efluentes, lançando os despejos na rede de esgotos. Se o município não coletar e tratar todo o esgoto produzido, se a vazão da rede for insuficiente para diluir estes despejos e se não houver uma eliminação no tratamento, os fármacos podem alcançar as águas de superfície. Este estudo compara a evolução das populações, da coleta de esgoto e do número de pacientes oncológicos atendidos pelo SUS em 30 municípios da Região Sul do Brasil com os dados do único município onde foi detectada a presença de fármacos oncológicos no país. Como variável referente ao saneamento, utilizou-se o índice de atendimento de esgoto. Como variável demográfica, a população residente nos municípios. Como variável de consumo de fármacos, o total de atendimentos oncológicos. Os resultados permitem uma avaliação preliminar da influência da evolução do saneamento, do componente demográfico e do número de pacientes atendidos pelo SUS na inserção de resíduos de fármacos oncológicos no ambiente, demostrando um descompasso entre a evolução do saneamento e o acesso à saúde. A evolução dos indicadores de atendimento demonstra a melhoria do acesso à saúde, e de desenvolvimento social, porém, a inserção de fármacos no ambiente devido à deficiências no saneamento demonstra um atraso ambiental.
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