O bilhete orientador como índice de rasura ou de escrita? Quais são os movimentos provocados por esse instrumento de intervenção na reescrita do texto do aluno?
Autores
Fernanda Tais Brignol Guimarães
Universidade Católica de Pelotas - UCPEL
Vinícius Oliveira de Oliveira
Universidade Católica de Pelotas - UCPEL
Palavras-chave:
Linguística da enunciação, Subjetividade, Escrita e reescrita, Bilhete orientador.
Resumo
Buscamos, neste estudo, analisar o processo de escrita e reescrita do artigo de opinião de uma aluna, permeado pela avaliação feita através do bilhete orientador do professor em um contexto de ensino/aprendizagem de Português como língua materna. Sob a ótica da linguística da enunciação, de Émile Benveniste, propomo-nos a analisar como se dá a constituição do sujeito através da escrita, ou seja, de que forma ocorre o processo de construção da subjetividade do sujeito-autor, processo este que é perpassado pelo discurso de muitos outros sujeitos. Para tanto, utilizamo-nos, também, de estudos realizados por Grespan (2010) e Endruweit (2006), entre outros autores, com o intuito de investigar como esse sujeito se mostra nas marcas linguísticas e nos rastros deixados nos rascunhos de seus textos. Como resultados da investigação proposta, apontamos o fato de que o bilhete orientador ora se mostra como índice de rasura, ora de escrita. Dessa forma, o uso desse instrumento de intervenção por parte do professor requer alguns cuidados, a fim de se evitar o risco de interferir na autoria do aluno, ou, então, de intimidá-lo com bilhetes muito extensos, ou com o uso de uma linguagem muito formal, contribuindo, assim, para o apagamento do sujeito-autor.
Biografia do Autor
Fernanda Tais Brignol Guimarães, Universidade Católica de Pelotas - UCPEL
Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Pampa – Unipampa (2012) e pós-graduação em nível de Especialização pela mesma universidade. Atualmente, é aluna do Programa de Pós-Graduação em Letras – Mestrado em Linguística Aplicada, da Universidade Católica de Pelotas – UCPEL (conceito – CAPES 5) e bolsista do(a) Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES.
Vinícius Oliveira de Oliveira, Universidade Católica de Pelotas - UCPEL
Possui graduação em Letras pelo Centro Universitário Franciscano (2013). Atualmente, é aluno do Programa de Pós-Graduação em Letras - Mestrado em Linguística Aplicada da Universidade Católica de Pelotas - UCPEL (conceito CAPES 5) e bolsista do(a) CNPq.