As negras de Claudia, luso-tropicalismo em revista
Autores
Gabrielle Vívian Bittelbrun
Palavras-chave:
Racismo, Luso-tropicalismo, Gênero, Revista Claudia
Resumo
Entre os temas de um orgulho nacional brasileiro estão a convivência pacífica e a miscigenação de raças. A generosa mistura teria sido a responsável, inclusive, pela “mulher brasileira” que, juntamente com futebol e samba, fazem parte dos “tópicos” mais lembrados quando se fala em Brasil. Nos alicerces desse orgulho estão as teses luso-tropicalistas de Gilberto Freyre, discutidas em obra de Omar Ribeiro Thomaz e que podem ser denunciadas também nos discursos de uma revista atual como Claudia, o que merece questionamento. A ideia de um país integrador, que saberia reverenciar celebridades de todos os tons de pele, é evidenciada especialmente nas edições da revista que têm como ícones celebridades negras. Porém, assim como comportamentos racistas de portugueses em suas colônias passariam ao largo dos discursos do famoso sociólogo Freyre, Claudia não cede espaço para a discussão sobre a discriminação a mulheres negras, e mantém a subalternização de indivíduos ao colocar as brancas na exaustiva maioria de capas e reportagens principais.
Biografia do Autor
Gabrielle Vívian Bittelbrun
Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da Linha de Pesquisa Estudos Feministas; mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC; jornalista graduada em Comunicação Social, com Habilitação em Jornalismo, pela Universidade Estadual Paulista (Unesp).