INVERSÃO DA POSSE: INTERFACES ENTRE LÍNGUA E DISCURSO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO

Autores

Palavras-chave:

Discurso, Morfossintaxe, Relação de posse, Dizer autoritário.

Resumo

Este artigo investiga, por meio de uma interface entre morfossintaxe e análise do discurso, a inversão das relações de posse em construções do tipo ‘sou seu x’, em que x é substituído por uma função social de parentesco ou proximidade. Os dados analisados foram coletados a partir de uma metodologia específica em site de busca com vistas a observar a ocorrência de seis construções em contexto de uso (i) ‘sou seu marido’; (ii) ‘sou sua mulher’; (iii) ‘sou seu pai’; (iv) ‘sou sua mãe’; (v) ‘sou seu amigo’; (vi) ‘sou sua amiga’. Nesse tipo de construção, a interpretação de posse, não raro, funciona de modo invertido. Com efeito, o termo nominal possuído, em nível morfossintático, torna-se termo possuidor no discurso, especialmente, em dizeres autoritários.

Biografia do Autor

  • João Kogawa, Universidade Federal de São Paulo
    Professor do Departamento de Letras e do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo. Coordenador, juntamente com o prof. Dr. Anderson Salvaterra Magalhães do GP/CNPq Unifesp Semiologia e Discurso. Tem doutorado em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP - FCLAr, com estágio doutoral na Université Sorbonne Nouvelle (Paris III).
  • Indaiá de Santana Bassani, Universidade Federal de São Paulo

    Possui bacharelado em letras (português e linguística - 2002-2006), licenciatura em português (2006-2007), mestrado em linguística (2007-2009) e doutorado na mesma área (2009-2013) pela Universidade de São Paulo, com estágio Sanduíche na Universidade da Pensilvânia (jan-dez/2012). Atua principalmente na área de morfologia e suas interfaces com a sintaxe (estrutura argumental), semântica verbal e fonologia. É professora adjunta no curso de Letras da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), atua na graduação e pós-graduação, e é membro do grupo de pesquisa Investigações (In)formais em Lingua(gem) e Cognição (Unifesp) e do Grupo de Estudos em Morfologia Distribuída da USP.

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Publicado

2020-03-31