PELES HABITÁVEIS DE ALMODÓVAR EM PERSPECTIVA: PROJEÇÕES (META)ESCALARES

Autores

Palavras-chave:

escalas, indexicalidade, processos semióticos

Resumo

Tendo como referência uma perspectiva performativa de linguagem (AUSTIN, 1962/1990), neste artigo analisamos uma vídeo-crítica publicada no Youtube sobre o filme ‘A pele que habito’ com o objetivo de identificar com que discursos orientadores seu autor se alinha, especialmente no que tange ao gênero. Recorremos a teorizações queer para efetuar o embasamento teórico, enquanto a análise, um exercício metaescalar-reflexivo, abarca, além das noções de escalas (CARR; LEMPERT, 2016) e de indexicalidade (SILVERSTEIN, 2003), outros construtos teórico-analíticos: iconização, apagamento e recursividade fractal (IRVINE; GAL, 2000; GAL, 2016). Buscamos, assim, sinalizar como a obra de Almodóvar é perspectivizada e as estratégias semióticas que remetem a determinadas ideologias. O que se observa é que significados em disputa se entrelaçam no discurso do youtuber, que, apesar de falar de “construção de gênero”, fundamenta seu ponto de vista usando uma metalinguagem que evoca noções essencialistas e deterministas, indo de encontro àquelas mobilizadas no filme.

Biografia do Autor

  • Clarissa Gonzalez, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Membro do NUDES (Núcleo de Estudos em Discursos e Sociedade), projeto vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da UFRJ, recentemente finalizou estágio pós-doutoral no referido programa, tendo sido agraciada com bolsa PNPD/CAPES. Doutora em Artes (menção Cum Laude) pela Universidade Complutense de Madrid, mestre em Linguística Aplicada Interdisciplinar pela UFRJ, especialista/MBA em Marketing pela Estácio, tem duas graduações: Jornalismo e Cinema, ambas cursadas na UFF, onde posteriormente atuaria como professora do Departamento de Comunicação Social. Possui, ademais, mestrado profissional em Web Design (Euroinnova, Granada, Espanha) e especialização em Arte Emergente no IART: Instituto Superior de Arte de Madrid.

  • Luiz Paulo da Moita Lopes, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Professor Titular do Programa Interdisciplinar de Lingüística Aplicada da UFRJ e Pesquisador do CNPq. É PhD em Lingüística Aplicada pela Universidade de Londres. Foi presidente da Associação de Lingüística Aplicada do Brasil, atuou como representante da área de Letras e Lingüística no Conselho de Assessores do CNPq e como conselheiro da Associação de Pós-Graduação em Letras e Lingüística (ANPOLL). Já publicou oito livros no Brasil (Oficina de Lingüística Aplicada, Identidades Fragmentadas, Discursos de Identidades, Identidades - Recortes Multi- e Interdisciplinares, Por uma Linguística Aplicada INdisciplinar, Performances, Para além da identidade: fluxos, movimentos e trânsitos e Estudos de identidade: entre saberes e práticas) e artigos em revistas científicas e capítulos de livros no Brasil, México, Estados Unidos, Holanda e Inglaterra. Atua na área de lingüística aplicada, especificamente no campo das relações entre o discurso e as práticas sociais, com ênfase em estudos sobre letramentos escolares (língua estrangeira e materna) e não-escolares (midiáticos) e os processos de construção das identidades sociais (gênero, sexualidade e raça).

     http://lattes.cnpq.br/9443575304118422

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Publicado

2020-03-31