INTERAÇÃO FICTIVA EM DISCURSO DIRETO

COMO E POR QUE LÍDERES RELIGIOSOS CONVENCEM MULTIDÕES

Autores

  • Dr. Jaime Ulisses da Silva Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Dr. Luiz Fernando Matos Rocha Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Palavras-chave:

Cognição, Interação, Fictividade, Discurso Direto Fictivo, Argumentação.

Resumo

Este artigo investiga por que os adeptos de certas religiões são, por vezes, tomados por uma sensação mística de que padres, pastores e líderes espíritas estão pregando direta e particularmente para seus “corações e mentes” durante missas, cultos e palestras. Sustenta-se que o uso da Interação Fictiva (IF), especificamente em Discurso Direto Fictivo (DDFic), tem papel crucial na tentativa de provocar essa sensação. Entende-se a IF como o fenômeno do uso do Frame de Conversa para estruturar pensamento, gramática e discurso (Pascual, 2014). De metodologia qualitativo-interpretativa e agregando aspectos cognitivos e interacionais, o trabalho resulta no achado de que a Interação Fictiva, como estratégia argumentativa, viabiliza deiticamente acesso a um espaço conceptual genérico, pronto para ser preenchido e instanciado pela audiência. Demonstra-se, ainda, como o DDFic oportuniza projeções dos fiéis em si mesmos e a consequente sensação de que o orador adivinha o que eles pensam/sentem.

Biografia do Autor

  • Dr. Jaime Ulisses da Silva, Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

    Secretário Executivo da Universidade Federal de Juiz de Fora. Doutor em Linguística pela Universidade Federal de Juiz de Fora. 

  • Dr. Luiz Fernando Matos Rocha, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

    Professor titular da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora. Doutor em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

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Publicado

2023-12-10

Edição

Seção

Artigos