Perfil educacional em práticas integrativas e complementares dos profissionais de saúde da atenção primária

Autores

  • T. S. Santos Universidade Federal de Sergipe – SE
  • C. A. L. Santos Universidade Federal de Sergipe – SE
  • R. N. Santos Universidade Federal de Sergipe – SE
  • B. A. Santos Universidade Federal de Sergipe – SE
  • A. A. Medeiros Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – MS
  • C. K. A. Cartaxo Freitas Universidade Federal de Sergipe – SE

Palavras-chave:

Terapias complementares, Atenção primária à saúde, Saúde pública

Resumo

INTRODUÇÃO: O conhecimento das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) pelos profissionais de saúde é um ponto de suma importância para a expansão dessas práticas no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse cenário, estudos de caracterização do conhecimento desses profissionais apresentam relevância, visto que realizam um levantamento da situação de determinado grupo de profissionais para que, assim, sirvam de subsídio para o desenvolvimento de capacitações e a criação de políticas públicas. Dessa forma, o objetivo dessa pesquisa é descrever o perfil educacional de profissionais de saúde de três unidades básicas de saúde em relação às práticas integrativas e complementares. MÉTODO: Trata-se de um estudo exploratório, abordagem quantitativa e recorte transversal. Participaram 26 profissionais de três Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade de Lagarto, Sergipe. A coleta de dados ocorreu entre novembro de 2020 e junho de 2021, a partir de um questionário autoaplicável que abordou questões sobre a caracterização e conhecimento sobre as PICS. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da Universidade Federal de Sergipe (UFS), sob parecer de número 4.179.929. Procedeu-se à análise descritiva dos dados com apresentação dos resultados em frequência absoluta e relativa. Resultados: Houve predominância de profissionais de enfermagem, sendo 6 enfermeiros e 5 técnicos de enfermagem. 96,2% dos profissionais afirmaram conhecer as PICS, sendo a acupuntura a mais citada, seguida da massoterapia e auriculoterapia. As práticas menos conhecidas foram a terapia floral e a aromaterapia. Além disso, 92,3% relataram acreditar nos efeitos terapêuticos das PICS. Em relação à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, 57,7% afirmaram ter conhecimento sobre. Quanto ao estudo da área, apenas 15,4% da amostra possuía especialização em alguma prática, apesar de 69,3% ter interesse em se aprofundar na área. Ainda, 42,4% afirmaram nunca ter lido um estudo sobre as PICS, apenas um participante relatou ter lido mais que seis vezes. DISCUSSÃO: Observa-se que a maioria dos profissionais de saúde conhece as PICS e acredita em seus efeitos terapêuticos. Entretanto, é percebido que muitos profissionais nunca tiveram contato com algum estudo sobre as práticas. Ainda, observou-se que poucos buscam uma especialização, apesar do interesse relatado. Isso pode estar associado ao pouco contato com a literatura científica relacionada às PICS e ao pouco incentivo durante a graduação ou carreira profissional. Entendendo a inclusão das PICS na educação dos profissionais de saúde como uma maneira de fortalecer a inserção das práticas nos serviços de saúde, percebe-se a necessidade de maior divulgação dessas pesquisas e do incentivo à integração das PICS na formação desses profissionais. CONCLUSÕES: A pesquisa identificou que a maioria dos profissionais conhece e acredita nas Práticas Integrativas e Complementares. Em contrapartida, observou-se a pouca especialização e o pouco contato com pesquisas sobre as PICS. Apesar disso, muitos profissionais relatam ter interesse em conhecer as práticas, o que nos possibilita planejar ações de extensão para inclusão das PICS na formação desses profissionais, a fim de promover maior conhecimento sobre a área e potencializar as ações de autocuidado e cuidado.  

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Publicado

2022-12-07