Aromaterapia na Oncologia

tecnologia complementar para a assistência de enfermagem ao paciente oncológico sob quimioterapia

Autores

  • G. C. Castro Universidade Federal do Paraná

Palavras-chave:

Aromaterapia, Câncer, Enfermagem Oncológica

Resumo

INTRODUÇÃO: Os efeitos colaterais provocados especificamente pela quimioterapia envolvem sintomas como náusea, vômito, inapetência, xerostomia, mucosite, diarreia, constipação e infecções, por exemplo1. Estes sintomas afetam diretamente a qualidade de vida dos pacientes e também influenciam negativamente as condições emocionais, espirituais e psicológicas como alterações no padrão do humor e sono2. A utilização de práticas integrativas e complementares em saúde (PICS), quando associadas ao tratamento convencional, podem contribuir para a diminuição ou atenuação dos sintomas enfrentados durante o tratamento oncológico e melhoria da qualidade de vida3. Dentre as 29 PICS oferecidas atualmente pelo SUS, está a aromaterapia, que por apresentar poucas contraindicações, quando aplicada em doses seguras e via adequada, pode ser considerada uma potencial tecnologia de cuidado para a assistência de enfermagem. Objetivo: Com o intuito de identificar as pesquisas realizadas com o uso da aromaterapia para o tratamento complementar dos pacientes oncológicos adultos sob quimioterapia, a pergunta deste estudo foi: quais os benefícios do uso da aromaterapia em pacientes oncológicos durante o tratamento quimioterápico? METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Foram realizadas buscas nas bases eletrônicas de dados EMBASE, MEDLINE, PUBMED e Cochrane Library em Julho de 2021, com os descritores: aromatherapy, cancer e oncology nursing auxiliados pelos operadores booleanos AND e OR. Ao todo, identificaram-se 24 artigos publicados a partir de 2016 até 2021, foram excluídos os que não atendiam aos critérios de inclusão (14), as pesquisas que incluíam público alvo infantil (2) e estudos duplicados (4). A seleção final resultou em 4 artigos. RESULTADOS: Os artigos encontrados são dos anos 2016 (2); 2017 (1); 2018 (1) e 2019 (1), originários dos EUA (1); Malásia (1); Irã (1) e Turquia (1). Segundo o desenho metodológico, os estudos são ensaios clínicos randomizados (3) e ensaio clínico quasi-randomizado (1). As pesquisas afirmaram a correlação positiva entre o uso da aromaterapia com lavanda, camomila ou hortelã-pimenta em pacientes com leucemia, sob regime de quimioterapia, e melhora da qualidade e duração do sono4. Em relação aos distúrbios alimentares provocados por náusea e vômito, houve indicação de que o óleo essencial de gengibre é capaz de aumentar a ingesta calórica após as sessões de quimioterapia5 e reduzir os episódios de vômito e náusea em mulheres com câncer de mama através do óleo essencial de hortelã-pimenta6. No que concerne o acometimento de neuropatia periférica por classes específicas de quimioterápicos, o uso da massagem com a sinergia entre hortelã-pimenta, camomila e alecrim reduziu a incidência e gravidade das lesões nervosas periféricas causadas por Oxaliplatina7. CONCLUSÕES: A aromaterapia possui evidências iniciais positivas para controle de sintomas e manejo de desordens provocadas pelo tratamento oncológico, mas que carecem de maior investigação. Dessa forma, entende-se a importância do aprofundamento sobre a temática para o melhor entendimento da aplicação dos óleos essenciais na assistência ao paciente oncológico e direcionamento para futuras pesquisas na área para o favorecimento das equipes de enfermagem as quais podem propiciar, mediante a prática baseada em evidência, a assistência integrativa e complementar em saúde à essa população. 

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Publicado

2022-12-07