Revisão sistemática

as práticas integrativas e complementares no ensino médico

Autores

  • D. R. C. R. Paiva Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
  • C. P. Albuquerque Instituto de Saúde Coletiva da UNIRIO
  • A. G. A. Silva Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
  • A. B. G. Magrani Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
  • A. V. williams Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

Palavras-chave:

Práticas Alternativas e Complementares, Educação Médica, Formação Profissional em Saúde

Resumo

Um dos princípios que regem o Sistema Único de Saúde (SUS) é a integralidade. Baseado nesse princípio, foi aprovado a Política Nacionais de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) em 2006. Esse documento propõe ações que estimulem o conhecimento, ofereçam apoio e implementem as práticas integrativas e complementares em saúde (PICS), contribuindo para o desenvolvimento de estratégias de prevenção, reabilitação e promoção da saúde a nível da Atenção Básica, principalmente. Nesse sentido, é imprescindível o desenvolvimento de estratégicas para a formação e qualificação de profissionais de saúde que sejam capazes de atuarem na abordagem das PICS. O objetivo desse trabalho é analisar a inclusão das PICS no ensino médico conforme as diretrizes propostas pela PNPIC. Realizou-se uma revisão sistemática que utilizou a base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e do Scientific Eletronic Library Online (SciELO), e o descritor “Práticas Integrativas e Complementares” combinado aos descritores “Educação Médica” e “Formação profissional em Saúde”. Foram selecionados os artigos publicados entre 2006 e o último semestre de 2020, em língua portuguesa e dedicados aos cursos de graduação em medicina no Brasil. A amostra final contou com 12 artigos para serem analisados, sendo 3 revisões de literatura, 5 estudos descritivos quantitativos e 4 estudos descritivos qualitativos; a práticas terapêuticas mais presentes nas discussões foram a homeopatia, a acupuntura e a fitoterapia; foram poucas as instituições que ofereceram disciplinas relacionadas ao tema; quando as disciplinas são oferecidas, ocorre em grande parte de forma optativa e em porcentagem pouco significativa na grade curricular. Percebe-se que a demanda por práticas terapêuticas alternativas e a variedade de serviços oferecidos aos usuários do SUS têm aumentado ao longo dos anos. O que foi importante
para fortalecer os debates em Saúde Coletiva que combatem a supremacia do modelo biomédico e medicalizante do cuidado e da promoção da saúde. Em contrapartida, a capacitação profissional ainda é deficiente. O currículo da graduação em medicina, e de outros cursos na área da saúde, mostra-se ainda defasado em relação a esses debates e a implementação das PICS. O despreparo técnico compromete o processo de viabilização da PNPIC e, consequentemente, o cuidado integral e seu acesso aos usuários.

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Publicado

2022-12-07