O autismo no campo da Constelação Familiar

outras possibilidades de acolhimento e inclusão

Autores

  • G. C. S. B. G. Gonçalves Grupo de Estudos Bert Hellinger – RJ
  • A. M. Reis Grupo de Estudos Bert Hellinger - RJ

Palavras-chave:

Transtorno do espectro autista, terapias complementares, terapia familiar

Resumo

O presente relato de experiência objetiva analisar questões fundamentais implementadas em 2012, pela Lei Berenice Piana (12.764/1), que embasou a criação da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
Nesse sentido, a partir da Lei, baseados em um paradigma sistêmico e em uma visão integrativa e complementar em saúde conforme o modelo adotado pelo SUS, podemos reconhecer, acolher e desenvolver múltiplas possibilidades de atendimento visando à qualidade de vida do autista na sociedade, perspectivada pela inclusão nas diversas instâncias sociais. Ressaltamos que a Constelação Familiar é uma das 29 PICs, Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, desde 2018. É evidente o crescimento dessa prática em diferentes segmentos: Saúde (incluindo-se a Medicina Veterinária), Pedagogia, Direito, empresas e organizações. Nesse intento, em abril de 2019, foi fundado o Grupo de Estudos Bert Hellinger, objetivando os adensamentos teóricos a partir de leituras e debates dos fundamentos e práticas das constelações familiares, cujos participantes são consteladores ou estudiosos da visão sistêmica, oriundos das áreas de Saúde e/ou Educação. O que se mostrou a partir das interações no Grupo de Estudos Bert Hellinger, particularmente por ocasião da participação da médica veterinária e consteladora familiar Carla Soares, foi uma abertura para compreendermos que informações emergem do campo sistêmico quando os representantes dos autistas se relacionam com a representação de animais. O biólogo inglês Sheldrake (2016) nos apresenta a Teoria da Causação Formativa através dos Campos Morfogenéticos ou campos mórficos, quando diz que esses campos levam informações e são utilizáveis através do espaço e do
tempo sem perda alguma de intensidade depois de terem sido criados. O que nos motiva ao compartilhamento dessa experiência de grupo é o olhar para o autismo no campo sistêmico fenomenológico. Informações de campo sugerem padrões de  emaranhamento sistêmico aos quais o autista pode estar conectado por questões transgeracionais. A pergunta é: O quanto a abordagem sistêmico-fenomenológica no campo das constelações familiares pode contribuir para que as causalidades dos sintomas e comportamentos manifestos no espectro autista sejam melhor compreendidas? Nossa hipótese é que as constelações familiares favorecem a que as terapêuticas adequadas de saúde atinjam níveis mais favoráveis às funcionalidades motora,
emocional, relacional e à expressividade do autista. Sentimos a necessidade de expandir nossos estudos, investigações de campo e práticas associadas com outros profissionais que compõem os diferentes atendimentos da rede multidisciplinar em saúde e educação. Em suma, buscar novos caminhos que levam a passos para o entendimento do silêncio e do movimento, do acolhimento à inclusão. 

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Publicado

2022-12-07