O efeito anti-inflamatório da Curcuma longa nas doenças inflamatórias intestinais

uma revisão sistemática

Autores

  • M. P. A. C. Alves Secretaria Municipal da Saúde – SP
  • G. B. S. Moreira Secretaria Municipal da Saúde – SP
  • I. C. Souza Secretaria Municipal da Saúde – SP
  • C. F. S. Portella Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e CABSIN

Palavras-chave:

Curcuma longa, Doenças Inflamatórias Intestinais, Anti-inflamatório

Resumo

INTRODUÇÃO: As Doenças Inflamatórias Intestinais são condições crônicas, que afetam a região intestinal, sendo as mais comuns a Colite Ulcerativa e a Doença de Crohn. Não há cura definitiva e a etiologia não é totalmente definida, mas sabe-se que está relacionada com a genética, microbiota, hábitos alimentares, fatores ambientais e respostas imunes exageradas. Os principais sintomas incluem dor abdominal, diarreia persistente com muco ou sangue e perda de peso. Possuem duas fases: a fase de doença ativa, com a presença de agudizações graves, e a fase de remissão, quando a doença está mais controlada. Na fase moderada a grave, os sintomas tornam-se mais evidentes, comprometendo o cotidiano e a qualidade de vida do paciente. O objetivo do tratamento farmacológico é aliviar o processo inflamatório e prolongar o período de remissão. Também há tratamentos  alternativos, como a fitoterapia, que é à base de plantas e possui efeitos adversos mínimos. Visando o impacto da doença na qualidade de vida, a ingestão de diversos medicamentos e seus efeitos colaterais (como a sobrecarga do fígado e rins), o presente estudo tem como principal objetivo identificar e analisar sistematicamente a eficácia da ação anti-inflamatória da Curcuma longa, como tratamento alternativo para minimizar os danos ao organismo e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida, diminuindo as crises agudas. METODOLOGIA: Estudo de revisão sistemática da literatura nacional e internacional de ensaios clínicos randomizados, no período de 2010 à 2021. Foram incluídos 7 artigos, consultados nas bases de dados: Pubmed, LILACS, Web of Science, Embase e Biblioteca Virtual de Saúde. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Todos os estudos incluídos eram pacientes maiores de 18 anos, sendo 5 estudos de pacientes com Colite Ulcerativa leve a moderada, 1 estudo de pacientes com Doença de Crohn leve a moderada e 1 estudo de pacientes com Doença de Crohn pós ressecção intestinal. As doses diárias de curcumina variaram de 140mg à 3,6g, e o tempo de tratamento variou de 4 à 24 semanas. Os estudos de pacientes com Colite Ulcerativa demonstraram melhora no Índice de Atividade da doença, remissão endoscópica, melhora na qualidade de vida e nos parâmetros bioquímicos, como a redução da concentração sérica de proteína C reativa e dos valores de velocidade de hemossedimentação quando comparados ao grupo placebo. Entretanto, um dos estudos demonstrou que a inclusão de 450mg/dia de curcumina no tratamento não houve diferença significativa nas taxas de remissão clínica, cicatrização da mucosa e ainda houve aumento no Índice de Atividade da doença. O estudo com pacientes com Doença de Crohn leve a moderada também demonstrou remissão clínica e endoscópica, redução da frequência de fezes e dor abdominal. Já o estudo que incluiu pacientes com Doença de Crohn pós ressecção intestinal, foi interrompido devido a maior recorrência clínica e efeitos adversos graves nos pacientes que receberam curcumina. CONCLUSÃO: A Curcuma longa pode ser uma ótima alternativa como tratamento complementar nas Doenças Inflamatórias Intestinais para reduzir as recorrências clínicas, entretanto possui poucos estudos clínicos para comprovar seus efeitos anti-inflamatórios.

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Publicado

2022-12-07