As práticas integrativas e complementares (PIC´s) ao público idoso

análise do contexto populacional de envelhecimento humano

Autores

  • L. P. R. Gasparotto Instituto Federal do Paraná/ campus Curitiba

Palavras-chave:

Envelhecimento, saúde pública, qualidade de vida

Resumo

A longevidade é uma realidade do século XXI. Nos últimos 100 anos o mundo observou a transição no perfil populacional sendo o crescimento do número de pessoas idosas um destaque observado primeiro em países desenvolvidos e, mais recentemente, numa dimensão global. O Brasil destaca-se pelo acelerado aumento de pessoas com mais de 60 anos de idade. A rapidez desse processo torna importante a discussão sobre as novas necessidades em saúde e suas implicações no aumento da demanda dos idosos pelos serviços de saúde pública. O objetivo desse trabalho é discutir o envelhecimento humano sob o contexto demográfico trazendo as PIC´s como um relevante serviço da saúde pública a ser utilizado em prol da promoção em saúde e prevenção de doenças no  público idoso. A metodologia usada na busca conceitual e demográfica do envelhecimento populacional foi a revisão de literatura. Foram analisados artigos das bases de dados Scielo e Medline, identificados por meio dos termos “envelhecimento populacional”, “saúde pública”. Adicionou-se à discussão o Plano Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) para contextualizar a relação entre as PIC´s e as demandas do envelhecimento pela oferta de serviços em saúde. No que se refere ao contexto populacional do envelhecimento humano a OMS (2020) destaca que, entre 2015 e 2050, a proporção de pessoas idosas em todo o mundo vai ascender de 12% para 22%. Em 2050, 80% das pessoas com 80 anos ou mais viverão em países de renda média ou baixa. Países como o Brasil observará o cenário de transição etária em aproximadamente 20 anos, condição essa que requer adoção de estratégias assertivas para garantir o acesso universal e integral aos serviços de saúde. O envelhecimento humano é um processo multifatorial de características biológicas e psicossociais cujas comorbidades podem ser prevenidas ou minoradas conforme adoção de políticas públicas. É característica do perfil das pessoas que envelhecem as doenças crônicas. Tal condição exige acompanhamento constante, adoção de medidas de autocuidado, prevenção de eventos de risco como quedas, e, principalmente, manutenção e melhora da capacidade funcional que, na prática, refere-se à capacidade para realizar de forma autônoma as atividades de vida diária. A longevidade requer, portanto, ação das políticas de saúde. A PNPIC mostra-se adequada às demandas do envelhecimento populacional ao priorizar a promoção da saúde e a prevenção de doenças por meio da oferta de práticas com foco no bem-estar geral, na saúde física e mental, no incentivo ao vínculo e interação sociais, na educação para boas práticas de  saúde. Além disso, por meio da atenção primária ocorrem ações de acompanhamento contínuo dos usuários de cada território. A adoção das PIC´s nas unidades de saúde favorece a acessibilidade aos serviços pelos idosos por estarem localizadas estrategicamente nas proximidades do lar, indicando maior aderência às práticas ofertadas. Conclui-se que o envelhecimento populacional brasileiro configura um cenário que exigirá cada vez mais ações assertivas dos setores de saúde. Nesse contexto compreende-se as Práticas Integrativas e Complementares como ferramenta importante da saúde pública brasileira para as demandas associadas ao envelhecimento como promotora de ações para auto-cuidado, prevenção de riscos em saúde, melhora e manutenção da qualidade de vida.

Downloads

Publicado

2022-12-07