Ensino das práticas integrativas e complementares em cursos de graduação da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Autores

  • I. A. C. Gonçalves Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
  • L. C. M. Rodrigues Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
  • M. R. C. Soares Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Palavras-chave:

Terapias Complementares e Integrativas, Formação Profissional em Saúde, Ensino, Saúde Coletiva

Resumo

INTRODUÇÃO: As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) institucionalizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), reorientam o modelo de atenção à saúde com vistas a abordagem holística e integral do processo saúde-doença, reafirmando o SUS. Apesar de prevista na política, a formação profissional constitui um dos principais desafios para a ampliação e consolidação das PICS. Considerando as instituições de ensino como estratégica à formação de profissionais orientados para o sistema de saúde e necessidades da população, o presente estudo tem como objetivo conhecer os projetos políticos pedagógicos (PPC) dos cursos de Graduação da área da saúde e áreas afins da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), identificando em sua matriz curricular o ensino das PICS na formação do futuro profissional formado pela universidade. METODOLOGIA: Estudo descritivo, quanti-qualitativo, desenvolvido a partir de pesquisa documental nos PPCs disponíveis nos sites dos cursos pesquisados nos respectivos endereços eletrônicos institucionais da universidade, com acesso aberto ao público. Foi pesquisado 13 cursos de graduação: ciências biológicas, enfermagem, medicina,
odontologia, nutrição, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, farmácia, psicologia, serviço social e bacharelado e licenciatura em educação física. Procedeu-se a leitura integral de cada PPC buscando identificar evidências do ensino das PICS nos currículos, utilizando nesta busca, o descritor “Terapias Complementares” e termos alternativos deste vocabulário conforme o DeCS, bem como a busca pelo nome individual das 29 PICS instituídas no SUS e o nome da política por extenso e abreviado (PNPIC). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Evidenciou-se que apenas três cursos apresentam o ensino das Práticas Integrativas e Complementares formalizado e institucionalizado em formato de disciplinas optativas: curso de farmácia e medicina com as disciplinas de Homeopatia ofertadas por seus respectivos departamentos de forma isolada, e o curso de nutrição com a disciplina de Fitoterapia, ofertada pelo departamento de farmácia. As disciplinas variam de 30 a 60 horas de carga horária e não apresentam referência à PNPIC e consequentemente ao SUS. Conclusão: Sob contextos históricos das evidências das medicinas tradicionais e complementares no SUS, na compreensão de que essas são potenciais consolidadoras de princípios estruturantes do sistema, a análise indica insuficiências e importantes desafios para a institucionalização do ensino das Práticas Integrativas e Complementares na UFES tal como previsto na PNPIC, evidenciando o quão necessário e importante é o ensino das PICS na formação acadêmico-profissional e consolidação destas no SUS, contribuindo, consequentemente, na saúde da população em geral.

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Publicado

2022-12-07