Uso dos óleos essenciais na cicatrização de lesão de pele

relato de caso

Autores

  • N. N. Passos Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • A. T. L. Sampaio Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • H. M. M. D Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Palavras-chave:

Aromaterapia, Cicatrização, Ferimentos e lesões

Resumo

INTRODUÇÃO: Estudos recentes mostram forte potencial antisséptico, anti-inflamatório e cicatrizante de diferentes óleos essenciais (BAUDOUX, 2018; BUCKLE, 2019; HAMIDPOUR et al., 2017; LAVABRE, 2018), que têm sido empregados como recursos  complementares na cicatrização de ferimentos e lesões de pele (SÁ et al., 2020). OBJETIVO: Documentar o uso dos óleos essenciais como recurso complementar na cicatrização de ferimentos e lesões. METODOLOGIA: Paciente de 62 anos, sexo feminino, em recupração pós-cirúrgica de enxerto de pele em região do dorso nasal utilizou a sinergia vegetal composta por: óleo de andiroba, óleo resina e óleo essencial de copaíba, óleos essenciais de tea tree, gerânio e lavanda e seiva resinosa de sangue de dragão, aplicando 2 gotas da sinergia em gaze umedecida com soro fisiológico, 3 vezes ao dia, durante 26 dias.A evolução foi registrada diariamente pela paciente através de fotografia digital. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se que, entre os dias 01 e 26 houve gradativa regeneração da pele, até a completa cicatrização da lesão. A ação pode ser atribuída às propriedades terapêuticas dos ingredientes da formulação, com especial destaque para as espécies nativas da região amazônica: Carapa guianensis, Copaifera sp.
e Croton Lechleri. A Carapa guianensis é uma espécie conhecida como andiroba, de grande importância em toda a região amazônica (SOUZA et al., 2019). O óleo é reconhecido por suas propriedades curativas, como anti-inflamatório, analgésico, útil na cicatrização de ferimentos e lesões de pele (ARAÚJO-LIMA et al., 2018). O óleo resina e o óleo essencial de Copaíba (Copaifera sp.) tem ações anti-inflamatória e cicatrizante, úteis na regeneração de tecidos e cicatrização de lesões (TEIXEIRA et al., 2017; MORORÓ et al., 2020). O óleo essencial de Tea tree (Melaleuca alternifolia) é comprovadamente analgésico, cicatrizante, anti-inflamatório, antisséptico e, por isso, tem sido utilizado com sucesso nos tratamentos de pele (SILVA et al., 2019). O óleo essencial de gerânio (Pelargonium graveolens) têm sido indicado por seus potenciais anti-inflamatório, antisséptico, facilitador da regeneração celular e redutor de cicatrizes (BAUDOUX, 2018; JOHNSON, 2015). O óleo essencial de Lavanda (Lavandula angustifolia), consagrado por seu potencial calmante, analgésico e sedativo, é igualmente útil no processo de cicatrização, atenuando manchas e cicatrizes (BAUDOUX, 2018; JOHNSON, 2015). E, por fim, a seiva resinosa de sangue de dragão (Croton lechleri), que apresenta propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e cicatrizantes, devido aos principais constituintes, que parecem estimular a proliferação e migração de fibroblastos, assim como a produção de colágeno e regeneração epitelial (BOGDAN et al., 2017). CONCLUSÃO: A ação terapêutica dos óleos essenciais no processo de cicatrização foi satisfatória. A lesão apresentou redução gradual, com completa regeneração da pele no dia 26, data em que a paciente recebeu alta médica e suspendeu o uso complementar da sinergia. Mais estudos são necessários para documentar o potencial terapêutico dos óleos essenciais na cicatrização de ferimentos e lesões.

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Publicado

2022-12-07