As práticas integrativas e complementares como prática decolonial na área da saúde

rompendo hegemonias

Autores

  • D. A. S. Fiala Uninter - SP
  • V. B. Oliveira Uninter – PR

Palavras-chave:

Práticas Integrativas e Complementares, Medicina baseada em evidência, Medicina Tradicional

Resumo

Na década de 1970 uma nova concepção começa a se gestionar na América Latina a partir de reflexões vindas da Filosofia da Libertação e Transmodernidade (Enrique Dussel), da Teoria da Dependência e da Colonialidade do Poder (Aníbal Quijano) e da Teoria do Sistema-Mundo (Immanuel Wallerstein) que é o giro decolonial que, como afirma Maldonado-Torres é um movimento de resistência teórico e prático, político e epistemológico contra a lógica da colonialidade sendo esta constitutiva da modernidade. Nesta concepção a crítica se direciona às metanarrativas da modernidade distanciando-se da pós-modernidade por ser eurocêntrica, por este motivo a diferença é o principal ponto de análise, a ênfase da pesquisa é posta no estudo da herança colonial, na esperança de tal desprendimento na área da saúde busca-se resgatar o conceito de bem-viver, o objeto de crítica é o domínio colonial estabelecido e o discurso que o justifica com o objetivo de alcançar a transmodernidade como início de algo novo. O tema é relevante porque as Práticas Integrativas e Complementares têm enfrentado muito resistência entre seus pares mesmo depois de terem conquistado espaço para compor a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares que foi fruto de embates políticos, econômicos e sociais que precisa ser valorizada como ponto importante de enfrentamento à hegemonia da biomedicina como único tratamento cientificamente comprovado no Ocidente. A decolonialidade não é um projeto de Estado, mas, sim, um conjunto de projetos que precisam ser assumidos pela sociedade civil política global emergente e não deve ser confundida com a politização da sociedade civil. O objetivo é mostrar que, mesmo de forma incipiente, as Práticas Integrativas e complementares rompem com a hegemonia da racionalidade médica da medicina baseada em evidências do mundo ocidental.A metodologia incluiu revisão de literatura narrativa, pesquisa documental e análise do discurso com suporte da análise crítica cognitiva do discurso proposta por Teun Adrianus van Dijk. Os resultados contribuem com a reflexão e prática decolonial na área da saúde envolvendo as Práticas Integrativas e Complementares e contribuindo com futuras pesquisas sobre a temática. Na análise inicial dos discursos dos seguintes atores que participaram do processo de construção e implementação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares: Carmem de Simoni, Divaldo Dias, Ricardo Barros, Daniel Amado, Paulo Rocha, Socorro Matos e Marcia Amaral já é possível notar a fragilidade e até mesmo o uso de retórica para que a mesma possa se fortalecer a partir do envolvimento da sociedade civil que deve sair em sua defesa para se chegar à concepção de saúde proposto pela Organização Mundial de Saúde alcançando o bem-estar físico, mental e social.

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Publicado

2022-12-07