Práticas integrativas e complementares na atenção básica em saúde

um estudo bibliométrico da produção brasileira

Autores

  • J. Aguiar Universidade do Planalto Catarinense - UNIPLAC
  • L. A. Kanan Universidade do Planalto Catarinense - UNIPLAC
  • A. V. Masiero Universidade do Planalto Catarinense - UNIPLAC

Palavras-chave:

Atenção Primária à Saúde, Terapias complementares, Saúde pública

Resumo

INTRODUÇÃO: As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) são realidade no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006, pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). As PICs representam uma perspectiva ampliada sobre o ser humano e o universo que o cerca, compreendem a integralidade da relação saúde-doença e consideram o sujeito dentro de uma dimensão global, ainda valorizando sua individualidade. Objetivos: Este estudo objetivou conhecer as principais características da produção científica sobre PICs na atenção básica em saúde desenvolvida no Brasil durante os 10 primeiros anos de implementação da PNPIC, além de apontar os principais resultados constatados nesses estudos. MÉTODO: O método foi sustentado pela bibliometria, que é uma técnica quantitativa e estatística de medição. Por meio desse método de pesquisa documental, buscou-se verificar a produção científica acerca de PICs desenvolvida no Brasil, entre os anos de 2006 e 2016. Foram consultadas as bases de dados: Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud (Ibecs), com o descritor ‘Práticas Integrativas e Complementares’, onde foram aplicados filtros coerentes com os critérios de inclusão e exclusão delimitados.  RESULTADOS: Como resultado, destacam-se as pesquisas vinculadas à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e publicações do periódico ‘Ciência e Saúde Coletiva’. O maior número de artigos foi publicado entre 2011 e 2014. Grande parte deles pretendeu analisar o contexto da implementação e do uso das PICs. Foram citadas, especialmente, fitoterapia, homeopatia e acupuntura. Como resultado do uso das PICs, encontraram-se: redução da medicalização; empoderamento e responsabilização dos usuários; redução da frequência de transtornos mentais comuns; baixo custo; ausência de efeitos colaterais; promoção de saúde. Entre os principais problemas tratados estão: transtornos mentais; relações sociais; psicossomáticos; insônia; doenças crônicas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que as PICs não devem ser vistas como uma estratégia para reparar ou substituir os elementos do sistema que não funcionam de maneira satisfatória, visto que elas próprias possuem diversas limitações. Essas práticas se apresentam no SUS como complemento a uma assistência em saúde que já exerça bom funcionamento, dessa forma, podem vir a contribuir para complemento e melhoramento de uma assistência já efetiva, oferecendo estratégias de autocuidado, promoção de saúde e qualidade de vida. Os artigos analisados também levam a crer que as PICs têm amplo potencial de melhoramento dos serviços de saúde, não apenas da atenção básica, mas também em outras instâncias. As potencialidades e fragilidades citadas nos estudos merecem mais atenção por parte da academia e dos gestores da área da saúde.

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Publicado

2022-12-07