Práticas integrativas e complementares na atenção primária à saúde

percepção e entendimento do enfermeiro

Autores

  • D. C. P. Rodrigues Universidade Anhanguera de São Paulo - SP
  • J. A. Pezuk Universidade Anhanguera de São Paulo - SP

Palavras-chave:

Medicina alternativa, Cuidados primários à Saúde e Enfermagem

Resumo

INTRODUÇÃO: Dissociando das práticas da medicina tradicional, a medicina complementar vem representada na esfera do Sistema Único de Saúde (SUS) com a implementação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e abarcam a prevenção e tratamento da saúde integral e multidisciplinares, tendo os enfermeiros um papel fundamental na sua implementação. A atuação dos enfermeiros para implementação das PICs (Práticas Integrativas e Complementares) possui respaldo ético legal pelo Conselho de Classe, contudo, há uma resistência por parte das administrações das políticas públicas de saúde para que essa terapêutica seja amplamente difundida. Corroborando com a escassez de recursos financeiros, esta adversidade está vinculada ao déficit de enfermeiros e profissionais de saúde estarem qualificados na construção da terapêutica com resolutividade baseada em evidências com preparo advindo do processo de formação acadêmica. Para compreender este cenário, o objetivo desse estudo foi avaliar a percepção e preparo dos enfermeiros atuantes em atenção primária à saúde no que concerne as PICs. MÉTODO: A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos de acordo com o parecer número 26520619.3.0000.5493. Com natureza descritiva e abordagem qualitativa, sendo os participantes enfermeiros atuantes em atenção primária à saúde do município de Mauá, localizado no estado de São Paulo. Os componentes deste estudo totalizam 15 enfermeiros que exercem a função como componente profissional da rede de 23 Unidades Básicas de Saúde. Para a coleta de dados foram utilizados questionários semiestruturados e modificados, buscando verificar se os enfermeiros reconheciam a PNPICs e entender se a relação da falta de empregabilidade da terapêutica está relacionada à inexistência da articulação da disciplina no plano de ensino acadêmico ou inviabilidade da prática profissional nos espaços designados para PICs. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Neste estudo foi possível constatar que 73% dos participantes têm conhecimentos e compreensão sobre as práticas da PNPIC no SUS. Porém, 80% dos entrevistados indicaram não terem recebido orientações científicas sobre o uso de fitoterapia durante a graduação, como sendo essa uma das ferramentas das PIC’s. Na pesquisa ainda foi possível constatar que a maioria dos enfermeiros (80%) entrevistado tem ciência que o Conselho Federal de Enfermagem, através da Resolução nº 197, de 19 de março de 1997, institui as terapias integrativas como especialidade e/ou qualificação do profissional de enfermagem. Entretanto, apenas 33% dos enfermeiros afirmaram já ter utilizado a PIC dentro do processo de enfermagem. CONCLUSÃO: Conclui-se que, embora os enfermeiros possuam conhecimentos sobre PNPIC, ainda há a necessidade de qualificação que embase uma terapêutica contínua e de qualidade dentro da porta de entrada do SUS, fortalecendo a prática e o conhecimento das políticas que regulam seu uso.

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Publicado

2022-12-06