Análise exploratória e prevalência do uso das PICS no Brasil em 2013 e 2019

Autores

  • T. C. S. Nery Instituto Médico Salette
  • D. N. Cardoso Instituto Paradigma in Conway - MO

Palavras-chave:

Homeopatia, Práticas integrativas, Prevalência

Resumo

No Brasil, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), constituída a partir da publicação da Portaria GM/MS nº 971/2006, atendeu às diretrizes da OMS, tornando possível mapear, apoiar, incorporar e implementar experiências desenvolvidas na rede pública de saúde dos municípios e estados brasileiros. A política incrementou algumas práticas e é hoje uma realidade, com atuação na atenção primária à saúde. Dentre as terapias nessa Política está a homeopatia, alicerçada em diretrizes importantes que visam ações de prevenção de doenças e de promoção e recuperação da saúde. No ano 2017, em todo o mundo, cerca de 500 milhões de pessoas utilizaram a homeopatia como forma terapêutica, representando 7% da população mundial. Importante identificar e divulgar como vem sendo desenvolvida e utilizada no Brasil o conjunto de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). OBJETIVO: Analisar evolução e prevalência da utilização das PICS no Brasil em 2013 e 2019.Estudo descritivo tendo como base análise dos relatórios da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do IBGE aplicados por domicílios em
2013 e 2019. Dados analisados: tipo de prática, frequência, gênero, idade, raça/cor, escolaridade e região. Em 2013 usaram PICS 3.8% e em 2019 foram 4,6% no Brasil. A distribuição por regiões foi: N (5,7% 2019 e 5,9% em 2013), S (5,4% 2019 e 5,2% em 2013), CO (3,6% em 2019 e 3,7% em 2013), NE (4,4% em 2019 e 3,5% em 2013), SE (4,4% em 2019 e 3,1% em 2013). Dados diferentes (provavelmente pelas características das metodologias) do Relatório de monitoramento das PICS no Brasil (2017 a 2019), onde 41.952 unidades básicas ofertavam PICS, sendo por regiões: NE (36%), SE (30%), S (15%), N (12%) e CO (6%).Na PNS o sexo feminino em 2013 e em 2019 foi mais frequente (5,6%), e a faixa etária mais frequente os maiores 60 anos; no quesito raça/cor: branca 2013= 4,15% e 2019 = 5.6%; preta 2013= 3.6% e 2019 = 4,0%; e parda 2013 = 3,5% e 2019 = 3,7%. Em 2013, 7,4% tinham curso superior completo e em 2019 eram 11,0%. Em 2019, a distribuição por práticas foram: uso de plantas medicinais e fitoterapia (58,0%),
acupuntura (24,6%), homeopatia (19,0%), meditação (11,5%), ioga (7,8%), auriculoterapia (5,6%), outra (5,0), terapia comunitária integrativa (1,4%,), Tai chi chuan, Lian gong, Qi gong (0,9%). Análises por regiões mostram diferenças, sendo que a utilização de plantas medicinais e fitoterapia foram mais utilizadas nas regiões S, CO, com destaques nas regiões: N (89,9%), NE (81,5%). Na Sudeste a acupuntura (37,5%) foi mais frequente. A proporção de pessoas que utilizaram alguma prática integrativa e complementar aumenta à medida que a faixa de rendimento domiciliar per capita se torna mais elevada. Conclusão: Houve um aumento no uso de alguma PICS, diferentes por regiões. Dados do IBGE analisados com outros dados oficiais como a disponibilização de serviços em APS podem orientar incrementação de políticas públicas regionais para PICS no Brasil.

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Publicado

2021-07-01