Um olhar sobre a prática da alimentação viva

Autores

  • Jussara Calmon Reis de Souza Soares

DOI:

https://doi.org/10.19177/cntc.v1e12012107-115

Palavras-chave:

Alimentação, Saúde, Cultura, Comida

Resumo

A comensalidade humana caracteriza-se pelos sentidos que atribuímos aos atos da partilha, sentidos estes influenciados social, histórica e culturalmente. As práticas alimentares ajudam a organizar as regras da identidade e da hierarquia social, assim como servem para tecer redes de relações. Neste artigo, busca-se refletir sobre uma prática alimentar que se encontra na contramão da comensalidade contemporânea, a Alimentação Viva. Relata-se uma experiência de observação e descrição densa, se¬guindo a tradição etnográfica, em que foram comparados dois projetos ligados a essa mesma proposta – alimentação viva, à base de alimentos crus, grãos germinados e suco de clorofila –, porém voltados a públicos diferentes, ocorrendo em espaços e contextos diversos. Entre os resultados principais do trabalho, a constatação da importância fundamental da perspectiva do comer como ato coletivo e, mais, da própria preparação da comida como ato coletivo, o que vem se perdendo nos novos hábitos alimentares da vida contemporânea. Nos dois espaços, a prática da alimentação viva é o elemento que dá àquelas pessoas sua identidade social. Como ato revestido de conteúdos simbólicos e afetivos, o resgate do sentido sagrado da alimentação também mereceu destaque.

Biografia do Autor

  • Jussara Calmon Reis de Souza Soares
    Professora Associada do Departamento de Saúde e Sociedade do Instituto de Saúde da Comunidade, UFF. Doutora em Saúde Coletiva. Pesquisadora do Grupo de Estudos de Gerência e Ensino em Saúde – GEGES/UFF.

Downloads

Publicado

2012-12-01

Edição

Seção

Relato de experiência e caso clínico